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Filmes e Séries do Filipe

Viciado e apaixonado por filmes e séries, com objectivo de partilhar e discutir este pequeno vício com mais nerds iguais a mim.

Filmes e Séries do Filipe

Viciado e apaixonado por filmes e séries, com objectivo de partilhar e discutir este pequeno vício com mais nerds iguais a mim.

Revisão de Filme: Sinners

Filipe Lopes, 16.05.25

Hoje a review que vos apresento é Sinners, o mais recente filme de Ryan Coogler - conhecido por sagas como Black Panther ou Creed -, realizador que tem vindo a marcar hollywood com o seu estilo diferente mas muito próprio. Como já vem sendo hábito e não poderia deixar de ser, Michael B Jordan assume o papel principal, no qual interpreta um papel duplo de 2 irmãos gémeos, acompanhado de outros nomes sonantes como Haile Stainfeld, Delroy Lindo, bem como uma estreia: Miles Caton que, pela sua interpretação magnífica, acaba por roubar todas as cenas em que entra.

Sinner conta a história de 2 irmãos, que deixaram a sua vida problemática na grande cidade e querem agora regressar à sua pacata terra natal,  para aí recomeçar. No entanto, tudo vai ser posto à prova quando descobrirem que há perigos e males maiores à espreita no seu regresso a casa.

Sendo um filme de época, passado em 1932 na região de Mississipi, a ação é desenvolvida em torno da comunidade negra da altura, que cuidava de plantações de algodão e tinha uma forte ligação com a religião. No entanto, para além do comentário referente ao racismo e vários tipos de apropriação cultural, o filme tem também uma forte ligação à música, nomeadamente Blues e não só. Este é um tema muito marcado e vincado durante toda a narrativa que proporciona ao telespectador uma cena em que - e para não dar muitos spoilers - somos transportados numa viagem espetacular, não só a nível visual, mas também auditivo, por aquilo que é, foi e será a música e o que ela representa para muitas pessoas. 

De realçar também que, para além de uma metáfora muito bem elaborada com muitas camadas e interpretações que este filme tem, ele é também um bom filme de terror. Coogler mistura muito bem os géneros e apresenta-nos o sangue e as mortes associadas mais uma vez ao comentário social, atrás dos vampiros, que são um ponto fulcral e de viragem para as personagens. Além disso, nunca esquece ou descura na qualidade da cinematografia, da simbologia e mostra ao mundo que não há género cinematográfico que Coogler não consiga realizar sem mestria, começando a cimentar o seu nome como um dos melhores realizadores da atualidade.

Talvez influenciado pelos seus tempos de Marvel, Sinners tem 2 cenas pós-créditos. Uma primeira que, para mim, foi perfeita e deu ainda mais profundidade e validação àquilo que eu estava já a sentir quando o filme acabou, e uma última em jeito de homenagem que, apesar de não acrescentar ao filme, foi uma maneira perfeita de terminar tal experiência cinematográfica.

Avaliação:9,5/10

 

 

Revisão de Filme: Paddington e Paddington 2

Filipe Lopes, 28.02.25

Uma coisa que não costumo muito fazer aqui no blog é a review de filmes em conjunto. No entanto, e como recentemente vi com a minha namorada Paddington 1 e 2, achei que devia falar sobre eles em conjunto, mesmo a tempo da terceira aventura do urso inglês mais fofo da história.

Como pedem ver pela imagem, e confiando na minha avaliação, o urso Paddington e os seus filmes são sem dúvida das coisas mais fofas e carinhosas da sétima arte. Sem plots muito complexos, os 2 filmes baseiam-se na descoberta de Londres por Paddington e os mistérios e perigos daquela cidade. Sem explosões ou cenas super bem trabalhadas, os filmes são essencialmente viagens de sentimentos bons e adoráveis que nos fazem sentir bem e com um bom calorzinho no coração.

Se não conhecem ou têm curiosidade, então vejam, são filmes super pequenos e com um óptimo cast maioritariamente inglês - não fosse Inglaterra a origem da personagem -, que vão trazer uma verdadeira alegria e bem estar ao vosso dia. Aproveitem, pois não é todos os dias que temos uma qualidade destas em 2 filmes da mesma saga, em que o segundo seja talvez melhor que o primeiro.

Avaliação: 9.5/10

Revisão de Filme: Wicked

Filipe Lopes, 01.01.25

Sei que já venho atrasado pois o filme já estreou há algum tempo nas salas nacionais mas, por uma razão ou outra, só recentemente consegui assistir, e venho aqui partilhar as minhas opiniões e ideias sobre Wicked.

Baseado no popular clássico da Broadway com o mesmo nome, Wicked conta história de Elphaba e Galinda, 2 feiticeiras que vêem os seus caminhos cruzar-se em Shiz, a escola de magia da terra de Oz - onde a sua amizade vai ser posta à prova, após descobrirem toda a verdade por detrás do Lendário Feiticeiro de Oz.  

Mais um filme que, para além do sucesso de bilheteira - já é o musícal com o maior box office de sempre -, tem tido muito boa recepção por parte do público e dos críticos, logo foi ainda com mais expectativas que me sentei na sala de cinema para assistir. Não sendo eu muito de músicais (o mais recente que me lembro de ter assistido foi o La La Land), eu costumo dizer que o género para mim não tem importância, tem é de ser um bom filme. E Wicked, no fundo, é isso: um bom filme.

Em geral, o filme faz tudo bem e é capaz de passar a magia do mundo de Oz, pelo qual ficamos apaixonados, seja por se ter lido o livro ou visto o  famoso filme de 1939. Todos os cenários, as cores, as coreografias e mesmo as músicas encaixam na perfeição neste mundo, o que faz com que as 2 horas e 30 minutos de filme passem a correr, sem nunca paracer exagerado ou fora de contexto - fazendo, assim, com que este musical seja um dos melhores dos últimos tempos; e vale a pena uma visita ao cinema. No entanto, no meu ponto de vista, algum hype do filme não é justificado. Há muitos artigos e críticos a dizer que vai ganhar muitos oscars, e eu até acredito que poderá ganhar, mas daí a ganhar ou mesmo ser nomeado para categorias mais conhecidas? Tenho as minhas dúvidas. 

Ah, e se, como eu, pensam que Wicked é apenas um filme com princípio, meio e fim, pois bem, tenho uma má/boa notícia. Aparentemente, isto é apenas a parte 1 - eu sei que não vem no nome do filme e o marketing em relação a este pormenor não foi muito bom -, e vamos ter que esperar pela parte 2 para novembro do ano que vem para sabermos o destino das nossas bruxinhas preferidas.

Avaliação: 8/10

Revisão de Filme: The Wild Robot

Filipe Lopes, 24.10.24

Após algum tempo de ausência, bem mais de um mês, eis que estamos de volta aqui ao blog com o mais recente sucesso de animação da Dreamworks. Após clássicos como Shrek, ou How to Train Your Dragon, deste vez somos presenteados com The Wild Robot.

Numa altura em que a animação está melhor que nunca, o que vos trago hoje é a história de um Robô - baseada num de 3 livros infantis do mesmo nome - que acaba perdido na floresta e, por acidente, vê-se obrigado a cuidar de uma cria de pato. E apesar de ter um plot bem simples, todo o filme e história que conta são de uma pureza e sentimentos como eu não via há muito tempo num filme, muito menos de animação. Apesar de não ser do universo Disney ou Pixar, The Wild Robot consegue captar o telespectador pelo seu lado mais humano e realista, abordando temas como parentalidade, diferença entre raças, amizade e até mesmo o sentido da vida. Não percam esta oportunidade, vão ao cinema e vejam este filme no grande ecrã, pois é um forte candidato a melhor filme de animação nos Oscars 2025.

Seja sozinho ou com a família, principalmente filhos pequenos, The Wild Robot é uma preciosidade. Consegue deixar qualquer um de lágrima no olho, através dos sentimentos que consegue passar e demonstrar, desde a cena de abertura até ao seu final, que deixa em aberto uma sequela que já está em inícios de produção. E se for tão bom como o primeiro, eu lá estarei para ver e rever.

Avaliação: 9/10


 

Revisão de Filme: Alien: Romulus

Filipe Lopes, 04.09.24

Alien: Romulus é daqueles filmes em que a review já devia ter saido há mais tempo. No entanto, por questões de férias e algumas partidas pregadas pelo cinema da minha região, apenas hoje consegui publicar. Como se costuma dizer, mais vale tarde que nunca.

A acção de Romulus passa-se entre Alien e Aliens, e conta-nos a história de um grupo de jovens que, ao vasculharem uma estação espacial abandonada, dão de caras com algo desconhecido e aterrador. Antes de começar a falar do filme propriamente dito, acho que é necessário uma contextualização. Romulus é a mais recente adição ao universo Alien. Iniciado em 1979 por Ridley Scott, conta já com 9 filmes, divididos pela saga original, 2 prequelas e ainda 2 filmes de crossover com o universo do Predator. 

É do conhecimento geral que a saga Alien é caracterizada por ambientes claustrofóbicos e aterrorizadores em que as personagens têm que sobreviver a uma criatura que tem como único objectivo matar. E apesar desta premissa ser bastante simples e básica, o segredo dos filmes da saga (pelo menos dos 2 primeiros e deste mais recente) é manter o telespectador investido nas personagens fortes, com boas histórias e momentos de acção e terror, que nos prendem a respiração sem se saber se vão sair vivos ou mortos de um encontro com uma criatura que é aterrorizadora.

Fede Alvarez assenta neste universo que nem uma luva. Depois de ter feito um remake muito aclamado de Evil Dead e Don't Breathe - um filme com suspense e confinado a um espaço pequeno -, eis que Alien combina estas 2 coisas na perfeição. O resultado final é uma mistura perfeita entre aquilo que foi o original e a sua sequela, Aliens, com a introdução de novas ideias e conceitos, aliados à mitologia criada por Ridley Scott com as 2 prequelas. Para isso muito contribuiram os efeitos práticos usados por Alvarez, a mestria com que ele cria a tensão, e as formas que usa para manter o telespectador investido, num conceito simples e básico, mas que aqui atingem um novo nível. Todo o terceiro acto do filme é para mim perfeito, pois quando pensamos que o filme está acabado e que parece ser apenas mais um Alien, em muito semelhante ao 1 ou 2, é aí que Alvarez dá o seu cunho à história e temos das melhores sequências do franchise.

Aconselho bastante a ida ao cinema, pois para além de já ser um sucesso de bilheteira, os cenários criados, a tensão e o ambiente sentidos pela tripulação são sempre melhor apreciados no escuro e com as colunas da sala de cinema. E, apesar de não serem de visualização obrigatória, Prometheus e Covenant são sempre boas adições ao lore e bons filmes. 

E já agora, se me permitem, vejam sempre as coisas pela ordem de edição e nunca, repito, nunca pela ordem cronológica. E neste caso de Alien vejam apenas Alien, Aliens, Prometheus, Alien: Covenant e finalmente Alien: Romulus, e apaguem o resto da memória. 

Avaliação:8/10

 

Revisão de Filme: Deadpool & Wolverine

Filipe Lopes, 15.08.24

A review que trago hoje é nada mais nada menos que a do filme do momento. Pois é, hoje vou estar a falar sobre um dos meus franchises preferidos: o Deadpool; desta vez, reunido com Hugh Jackman para este terceiro filme, Deadpool and Wolverine.

Este é daqueles filmes que há tanto, mas tanto para dizer que se fosse escrever tudo, isto deixava de ser um post num blog e passava facilmente a livro. E no geral, apesar de algumas falhas aqui e ali, para mim o filme é perfeito e impressionante naquilo que faz. Deadpool and Wolverine faz, pelo mundo Fox da Marvel, aquilo que Spider-Man No Way Home fez pelo universo do homem aranha da Sony. Deu um propósito, um objectivo, uma conclusão a todos os filmes do universo X-Men e Fantastic Four já feitos pela 20th Century Fox e utilizou brilhantemente a Multiverse Saga do MCU, entregando ao telespectador um filme que para mim é sem dúvidas já dos meus preferidos de sempre.

Será fácil de algumas pessoas se perguntarem: Então e se eu não tiver visto nada do mundo dos filmes da Marvel da Fox posso ir ver o filme à mesma? E a resposta é sim. Se gostaram dos Deadpool 1 e 2, este terceiro filme tem exactamente o mesmo humor, piadas sobre eventos da atualidade ou até mesmo sobre a Disney e o próprio MCU, danças parvas, quebra da quarta parede, tudo a que já nos habituou, mas com um toquezinho de nostalgia que, para ser apreciado a 100%, temos mesmo de ter estado investidos em tudo desde o início. Não que isso seja uma coisa má - pensem num filme da pixar, é um filme que tem como audiência principal as crianças, no entanto, apenas nós adultos temos a imagem toda do que é mesmo o filme, a mensagem e conseguimos apreciar a 100% aquilo que os realizadores queriam.

Praticamente todo o filme é feito às costas de Ryan Reynolds e Hugh Jackman; principalmente de Hugh Jackman que é perfeito e tem algumas cenas mesmo dignas de Oscar. Nota-se que os atores não estavam ali apenas para receber o seu salário, há entrega, há objetivo, há interesse em dar ao telespectador algo bom e de qualidade. Fora o resto dos cameos, alguns dos quais nem eu queria acreditar. A cena "mid" créditos tinha algo de poético e fez-me pensar: Olha que fixe, após este tempo todo, valeu a pena!!

Deadpool & Wolverine para mim é um filme quase perfeito, que deve ser visto e apoiado no cinema, pois é este género de filmes que nos fazem pensar: Valeu tudo a pena, alguém lá no fundo ainda se importa e tem-nos em mente, a nós, os verdadeiros telespectadores. 

Avaliação:10/10

Revisão de Filme: Inside Out 2

Filipe Lopes, 05.08.24

Depois do enorme sucesso crítico e de bilheteira, eis que, 9 anos depois, Joy, Anger, Sadness, Disgust e Fear estão de volta. Desta vez, com uma Riley já a entrar na adolescência e a perceber que as suas 5 emoções já não serão suficientes para o que está para vir na sua nova fase da vida.

No ano de 2015, quando estreou o primeiro filme, estava numa altura em que, erradamente, achava eu que filmes de animação não eram coisa para se ver no cinema - não podia estar mais redondamente enganado. Posto isto, só vi o original alguns meses depois de sair na internet, já a saber que era um bom filme e que a vasta maioria das pessoas tinha gostado. O que eu não estava preparado era para a qualidade da história, animação e profundidade dada a um conceito simples, mas explicado e explorado no filme de forma exímia, que apela tanto aos mais novos, como a nós adultos - característica já recorrente com a Pixar.

Passados então estes 9 anos, e já com a cabeça no sítio de que filmes de animação devem também ser vistos no cinema, não pude deixar de comprar o meu lugar e ir ver o Inside Out 2 na sua semana de estreia em Portugal. E como já seria de esperar, Inside out 2 é tudo aquilo que se podia esperar de uma sequela da Pixar, mas também muito mais. 

Como já era conhecido, novas emoções iriam entrar em cena, e a sua introdução é super bem feita e flui perfeitamente com a base do que se está a passar com Riley no mundo real. E embora a mais predominante fosse a ansiedade, todas as outras 4 emoções têm o seu momento para brilhar e a sua junção no ecrã foi perfeita. Apesar de a história ter muitas semelhanças com o filme original, há algumas revelações e acontecimentos suficientemente diferentes para dar aquele toquezinho de que não estamos só a ver um remake mas algo novo e diferente. Além de emocional e forte, o filme é também super divertido, tendo até alguns momentos hilariantes com uma emoção que é usada muito pouco, mas sempre no timing certo. De um modo geral gostei muito do filme, e apesar de não ser exatamente tão bom como o primeiro, é uma excelente adição à saga e demonstra que ainda há mais histórias para contar neste universo.

No momento em que estou a escrever este post, Inside Out 2 já é o filme de animação com maior bilheteira de sempre - ultrapassou Frozen 2 - e um dos mais bem classificados do ano. Se isto não é razão suficiente para vos fazer ir ao cinema viver com Riley as suas aventuras e expressar as suas novas emoções, não sei o que será. Ah, e fiquem até mesmo ao fimzinho dos créditos pois, como na Marvel, há uma surpresa para os mais pacientes.

Avaliação:9/10

Revisão de Filme: Furiosa A Mad Max Saga

Filipe Lopes, 02.06.24

A review que trago hoje ao leitor é a do mais recente filme de George Miller da já longa saga Mad Max. Furiosa é uma prequela sobre a personagem que Charlize Theron interpretou no filme de 2015 Mad Max Fury Road.

Furiosa marca o 5º filme da saga Mad Max iniciada em 1979, na altura com Mel Gibson no papel principal. Todos os filmes têm como pano de fundo um mundo pós-apocalíptico no qual os recursos da humanidade são escassos. Este universo criado por Miller destaca-se por ser completamente diferente e inovador de tudo o resto. Devo confessar que nunca vi a trilogia original e apenas entrei neste mundo com Mad Max Fury Road, devido ao enorme buzz que criou na altura, culminando com o filme a ganhar 6 oscars. E tendo eu gostado imenso do filme - fica já aqui também a minha recomendação ao leitor para ver -, não foi díficil para mim ficar entusiasmado para este.

Não podendo deixar de comparar os 2 filmes, para mim, Furiosa não foi tão bom como Fury Road,  mas isso não faz deste filme menos bom. Enquanto Fury Road era mais um filme que se suportava no visual, com bons efeitos especiais práticos, enormes cenários e cinematografia impressionte com perseguições em veículos a alta velocidade, faltou ao filme um pouco de ancoragem em história e personagens. Algo que Miller corrigiu neste Furiosa. O filme também tem as suas perseguições, bons sets  e efeitos especiais, e a personagem principal vive uma história de vingança que será talvez das melhores escritas para o grande ecrã.

Anya Taylor-Joy,  como Furiosa, entrega uma interpretação profunda e com muito poucas falas - como já é comum em filmes do Miller -, usando expressões faciais e corporais perfeitas para passar a dor e angústia da personagem à procura de vingança de Dementus, interpretado por Chis Hemsworth, um vilão perfeito e bastante credível - prova de que não precisa de ser só Thor para ter sucesso.

E se por acaso achas que este filme até nem é para ti, com muita ação e pouco "sumo", posso dizer que levei um amigo meu ao cinema, amigo esse que terá ido pela última vez ao cinema há uns bons, bons anos e que, apesar de não ter adorado, ficou bastante interessado e envolvido na história do princípio ao fim. Haverá lá melhor argumento para sairem do sofá e irem ao cinema??

Avaliação: 8/10

Revisão de Filme: Dune e Dune: Part Two

Filipe Lopes, 18.03.24

É verdade, hoje de uma forma um pouco diferente, e que nunca fiz aqui no canal, trago a revisão de Dune - que já estreou em 2021 - e Dune: Part Two, que podem ainda encontrar nas salas de cinema nacionais.

Vamos então começar por Dune. Esta é a mais recente adaptação para o grande ecrã da saga de livros de ficção científica escritos por Frank Herbert. Já antes, em 1984, um filme com o mesmo nome tinha estreado no grande ecrã, com pouco sucesso - o que fez com que não tivesse tido qualquer continuação. Eis que em 2021 Denis Villeneuve pega no projecto de voltar a apresentar Dune ao mundo. 

Para mim, Villeneuve é neste momento um dos melhores realizadores da atualidade, a par do Nolan. Todos os seus filmes são muito interessantes, com visuais altamente trabalhados, planos complexos e imersivos. Enemy (baseado no romance de Saramago), Prisioners, Sicario, Arrival ou Blade Runner 2049 são alguns dos filmes do realizador, muito bem aclamados pela crítica.

Foi então com pouca surpresa que, apesar de não conhecer nada sobre a história de Dune, sabia que, ao ser realizado por Villeneuve, ia ser sempre um grande filme. Normalmente, gosto de poder ver no grande ecrã este tipo de espetáculos que apelam mesmo ao ambiente de uma sala de cinema. Com Dune não foi o caso. Acabei por não conseguir ir ver na altura em que estreou, mas sempre soube que quando fosse sair o segundo teria que o ver em casa. Pois bem, com o aproximar da altura de ver Dune: Part Two, sentei-me ao pc, abri a Prime e carreguei play.

Este primeiro filme é apenas metade da história contada no primeiro livro, tendo o resto sido adaptado na segunda parte. Dune, em termos cinamatográficos, é o exemplo perfeito de como introduzir as audiências a um novo mundo/universo, tendo sido com isto acusado de ser muito slow paced e de nunca acontecer quase nada - o que aqui até é o caso, pois sendo apenas metade, a acção e os acontecimentos mais marcantes ficaram guardados para Dune: Part Two. Isto não invalida no entanto a qualidade das interpretações, a profundidade das personagens, a qualidade dos sets e a maravilhosa cinematografia. Não foi à toa que Dune ganhou 6 oscars.

E chegamos então a Dune:Part Two, que estreou nos cinemas nacionais dia 29 de fevereiro. 

Do que ia lendo o ouvindo online, o filme estava com as críticas lá no alto - relatos de que era perfeito, o melhor filme nos últimos 10/15 anos,  de que Dune:Part Two voltou a trazer ao espectador a magia de assistir a um filme nas salas de cinema pareciam exagerados. Não era então de admirar que o meu interesse e curiosidade cresciam de dia para dia.

Não foi com surpresa que, após as quase 3 horas de filme, saí da sala e... fiquei completamente obcecado com este filme, universo e estas personagens - sendo que até já fui a correr encomendar os 3 primeiros livros. Sem querer dar muitos spoilers, pois acredito que é a melhor forma de experienciar este segundo filme, apenas posso dizer que tudo aquilo que foi feito e visto no primeiro filme, aqui é conseguido com uma qualidade superior: a banda sonora, os cenários, a cinematografia, as interpretações e o aprofundar ainda mais da história. Tudo resulta, tudo é feito com uma qualidade quase perfeita por Villeneuve e, apesar de só estarmos em março, posso já afirmar com 95% de certeza que temos em mãos o melhor filme do ano, que vai certamente ganhar muito mais que os 6 oscars que teve o anterior. 

Se já no primeiro filme o cast era uma combinação de talento, com atores mais experientes misturados com alguns mais novos, essa característica continua no segundo filme com nomes como Timothée Chalamet, Florence Pugh, Léa Seydoux, Stellan Skarsgård, Javier Bardem,  sendo que o grande destaque, para mim, vai para Austin Butler, que entrega uma caracterização digna de melhor ator secundário.

Posto isto, façam um favor a vocês mesmos e por favor, vão ao cinema ver este filme, é uma experiência da qual não se vão esquecer. Ao saírem de lá vão perceber que o acabaram de ver não foi um filme qualquer, mas sim um dos melhores dos tempos recentes.

Avaliação:10/10

 

 

 

Revisão de Filme: Poor Things

Filipe Lopes, 01.02.24

E começamos o ano com um dos filmes mais aguardados nas salas de cinema nacionais, liderando as nomeações para os Oscars a par de Oppenheimer (que podem ler a minha review aqui). Falo claro de Poor Things de Yorgos Lanthimos.

Este é daqueles filmes que não é para todos. Confesso que fui ver o filme apenas pela curiosidade e pelo facto de estar nomeado para os Oscars. Então pode-se dizer que fui sem saber bem ao que ia, pois nunca vi nada do realizador nem sabia a mínima coisa acerca do plot do filme.  Estas circunstâncias meio que ajudaram à experiência, uma vez que este filme é uma mistura de sentimentos que o realizador nos transmite através das paisagens e cenários muito característicos, bem como o uso de cenas provocantes, gráficas e até mesmo para mim algumas a roçar o exagero, sem nunca passar a linha do desnecessário. Há também que fazer uma menção honrrosa à utilização do de Lisboa em parte da narrativa, bem como à interpretação de Carminho, que para nós Portuguêses só nos pode encher de orgulho. 

Como o facto de eu ter visto o filme sem saber nada ajudou bastante à minha experiência - primeira ida ao cinema em 2024 - não vou dar aqui muitos spoiler. Vou só apenas dizer que agora percebo como obteve as 11 nomeções que conseguiu e que muito provavelmente será para mim até agora o segundo melhor filme do ano, logo atrás de Oppenheimer. Há que realçar também as interpretações de Emma Stone, Mark Ruffalo e Willem Dafoe, os 2 primeiros com nomeações.

Se por acaso já conheces alguma da cinematografia de Yorgos, ou és daqueles que não se importa com filmes fortes e provocadores que te deixam desconfortável e muitas vezes nos dão mais perguntas que respostas, este é o filme para ti e deves ir ao cinema ver. Se por outro lado tens dúvidas se será para ti, e preferes coisas mais soft e menos desafiantes, então será melhor aguardar para ver em casa, pois aí podes parar a qualquer momento e não pagaste o bilhete.

Avaliação:8.5/10